terça-feira, 17 de junho de 2008

Procuro despir-me do que aprendi,

Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,

e raspar a tinta com que me pintaram os sentidos.

Desencaixotar minhas emoções verdadeiras,

desembrulhar-me e ser eu, não Alberto Caeiro,

mas um animal humano que a natureza produziu.

Mas isso (triste de nós que trazemos a alma vestida!),

isso exige um estudo profundo,

uma aprendizagem de desaprender.


Alberto Caeiro

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