sábado, 21 de dezembro de 2013

Poema de Natal

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

  

Vinicius de Moraes, poeta e diplomata na linha direta de Xangô. Saravá!
Extraído do livro "Antologia Poética", Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1960, pág. 147.

domingo, 10 de novembro de 2013

"Abat- Jour"


Você me pergunta porque eu fico sem falar...
Porque  este é o grande instante em que
existe o beijo e o olhar,
porque é noite... esta noite eu gosto de você!
Chegue-se bem a mim. Eu preciso de beijos.
Ah! se você soubesse o que há, esta noite, em mim
de orgulhos, ambições, ternuras e desejos!
Mas, não, você não sabe, e é bem melhor assim...
Abaixe um pouco mais o "Abat-jour"! Está bem...
É na sombra que o coração fala e repousa:
tanto mais os olhos vêem,
quanto menos se vêem as cousas ...
Hoje eu amo demais para falar de amor.
Venha aqui bem perto ! Eu queria
ser hoje, seja como for,
aquele que se acaricia...
Abaixe ainda mais o "Abat-jour".
Vamos ficar sem dizer nada.
Eu quero sentir bem o gosto
das suas mãos sobre o meu rosto!...
Mas quem está aí? Ah! a criada
que traz o café... Não podia
deixar aí mesmo?  Não importa !
Pode ir-se embora!... E feche a porta!...
Mas o que é mesmo que eu dizia?
Quer... agora o café?  Se você preferir...
Já sei: você gosta bem quente.
Espere um pouco! Eu mesmo é que quero servir.
Está tão forte!... Assim? Mais açúcar? Somente?
Não quer então que eu prove por
você?... Aqui está, minha adorada...
Mas o que escuro! Não se enxerga nada...
Levante um pouco mais esse "abat-jour".

Paul Géraldy

Tristeza


O seu passado! ... Até você tem um passado!
Grande  Passado de alegrias e tristezas...
Dizer que há em você com certeza
velhos prazeres e cuidados,
sombras pequenas ou infinitas
de mil visões em que eu nem sequer apareço!...
Diga de novo as cousas já cem vezes ditas,
essas lembranças que eu ainda mal conheço.
Que noite e que mistério, atrás do seu olhar!...
É então verdade que uma vez, longe de mim,
você gostava de brincar
de cabelos soltos assim,
como nessas fotografias esquisitas?
Conte-me então. Tudo isso é exato?
Você foi como nesse retrato
em que nem mesmo está bonita?
E nesse tempo então, que é que você fazia?
Que é que você pensava e que você dizia?
Como era a sua vida então?
Existiu mesmo esse jardim enorme, que se vê?
E de que lado era o portão?
Tem certeza? E´ mesmo você
essa horrível menina, ou não?
E esse velho chapéu de uma velha estação
era seu? Não está enganada?
e essas pessoas antiquadas
conheceram você antes de mim? Quem são?
Você lhes deve então sua primeira viagem,
a primeira noite num trem,
a primeira floresta, e a primeira paisagem?
E foi nos seus ombros também
que você se apoiou, enfim,
quando lhe disseram: "Veja ali !..."?
Por que essa gente, que está aí,
não deixou isso para mim?
Eu gostaria de levar
você bem longe, e de inventar
prodigiosos itinerários !
E de ensinar as noites e os verões profundos,
e o gosto longo dos caminhos, solitários,
e a aldeia que se avista e o nome que ela tem.
Ah! apresentar você ao mundo...
Eu sei que eu faria isso bem.
E de horizontes tão felizes,
dessas cidades e países,
quem sabe resultaria
alguma glória para esse guia?...
Ah! se essa gente, meu amor,
soubesse o que ela me tomou!
Mas nem vale a pena pensar,
é o irreparável, simplesmente...
E no entanto toda essa gente
parece gente tão vulgar...
Creia que se frequentemente
qualquer mal entendido surge entre nós dois,
é só por causa  dessa gente
que, a pretexto de férias, foi
com você por aí, e deixou
o seu rastro, na sua vida, antes de mim...
...Mas isso tudo já passou.
Esconda esses retratos, sim?

Paul Géraldy

Paul Géraldy

Meu crescimento foi marcado pela poesia, Fernando Pessoa foi meu primeiro poeta, depois vieram muitos, mas ele permanece no topo dá lista. Aos quinze anos ganhei um livro de poemas que me marcou profundamente e que ainda hoje me encanta.Toi Et Moi (Eu e Você). O autor: Paul Géraldy.
Esse  pequeno livro merece ser compartilhado.

Eu e Você
Paul Géraldy 
Tradução: Guilherme de Almeida

Expansões
Eu gosto,gosto de você!
Compreende? Eu tenho por você uma doidice...
Falo, falo, nen sei o que,
mas gosto, gosto de você
Você ouviu bem isso que eu disse?...
Você ri? Eu Pareço um louco?
Mas que fazer para explicar isso direito,
para que você sinta?... O que eu digo é tão oco!
Eu procuro, procuro um jeito...
Não é exato que o beijo só pode bastar.
Qualquer cousa que me afoga, entre soluços e aís. 
É preciso exprimir, traduzir, explicar...
Ninguém sente senão o que soube falar. 
Vive-se de palavras, nada mais.
Mas é preciso que eu consiga essas palavras e que eu diga,
e você saiba... Mas, o que?
Se eu soubesse falar como um poeta que sente,
- diga! - diria eu mais do que quando tomo entre as mãos essa cabeça linda 
e cem, mil vezes, loucamente,
digo e repito e torno a repetir ainda: 
Você! Você! Você! Você!
 

domingo, 12 de maio de 2013

Mamãezinha Querida



Minha querida mamãezinha, lembro de você nos ensinando, mãe não; é mamãezinha, e nós ainda bem pequenas repetíamos submissas, mamãezinha. Hoje eu entendo seu desejo de ensinar o respeito e o carinho.
Mamãezinha, é tão doce, tão gostoso de dizer, mamãezinha, mamãezinha, mamãezinha.

Desejo  a você neste dia que é nosso, que todos os seus sonhos se realizem, que sua vida seja cada vez mais abençoada por Deus e que você esteja sempre aqui, perto de todos nós. Que continue sendo sempre esse porto seguro onde todos sabem que sempre encontrarão descanso.

Quando olho essa imagem de você, linda  segurando minha filha querida nos braços, sinto como se fosse hoje, sinto ainda as dores do parto, sinto ainda a alegria e o espanto por ter sido abençoada mais uma vez e ter gerado uma filha tão querida e tão abençoada.

Assim foi com meu primeiro filho, você estava ali, presente de madrugada quando tive que ir as pressas para a maternidade você estava segurando a minha mão.

As coisas nem sempre foram fáceis, a vida não é fácil, não é um mar de rosas...Temos que lutar todos os dias, acordar sempre à postos dizendo: eis-me aqui.

Você foi a minha fonte primeira de aprendizado e de inspiração. Você me ensinou o que eu deveria ser e também o que eu não deveria ser.

Eu hoje só tenho o que agradecer a você, pelo seu sacrifício, pelo seu amor, por sua luta incessante para que chegássemos até aqui, por ter me ajudado a criar meus filhos, muitas vezes você nos socorreu.

Momentos difíceis? Dias nublados... Eu não quero lembrar, quero lembrar dos dias alegres, dos afagos, do companheirismo e da sua fidelidade.

Obrigada minha mamãezinha querida.


segunda-feira, 6 de maio de 2013

O que é ser Irlandês? Sir Anthony O'Reilley - Charlie Rose (legendado)



Sir Anthony O'Reilley, antigo CEO e presidente da H J Heinz e jogador do Hall da Fama de rugby, recita um poema de Séamus Heaney,poeta e escritor Irlandês,ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1995.
Poema maravilhoso!

Pagliacci (legendado) - Jon Vickers - 1968





Pagliacci, ópera de Ruggero Leoncavallo.Teve sua primeira apresentação em 21 de maio de 1892,em Milão,com direção de Arturo Toscanini,renomado maestro italiano.

Jon Vickers, Raina Kabaivanska, Peter Glossop, Rolando Panerai; Herbert Von Karajan.
UNITEL Filmes. Munique.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Um Irã nuclear vs. Guerra - Debate (legendado) - Cambridge Union Society

Liberdade de Expressão - Rowan Atkinson




Discurso de Rowan Atkinson (Mr. Bean) sobre a liberdade de expressão em campanha para a reforma da Seção 5 no Reino-Unido.

Bertrand Russell (legendado) - Entrevista Face à Face (BBC - 1959)






Lorde Bertrand Russell,Ordem do Mérito, Membro da Royal Society e prêmio Nobel de Literatura.
Matemático, filósofo, historiador, cético, ícone da liberdade de expressão e do livre pensamento.

Entrevista com Hanna Bloch Kohner






Episódio do Programa "This is your Life". Emocionante entrevista com sobrevivente de 4 Campos de Concentrção,Hanna Bloch Kohner.


Uma Noite Com Stephen Fry (legendado) - Amsterdam

Hawking (legendado) - BBC - Filme Completo