quarta-feira, 19 de março de 2008

A Educação pede Socorro

Segundo o resultado do Saresp 2007(Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo), a cidade de Bauru tem uma das piores escolas no ensino de matemática, do Estado de São Paulo, a Escola Estadual Professor Ayrton Busch, (média 226,0), este é um dado muito triste para a cidade de Bauru, muitos poderão dizer, "Ah, mas com tantas escolas em Bauru apenas uma foi citada..". Na realidade a situação é um pouco pior...
A cidade de Bauru deveria estar de luto diante desta noticia.
De acordo com o mesmo Saresp 2007, 71% dos alunos concluem o ensino Médio sem saber o básico em matemática; apenas 22% têm um desempenho considerado adequado e 24% dos alunos de 8* série não consegue identificar a intenção de um autor. Para alguns o sistema de progressão continuada que foi adotado na rede de ensino estadual é a causa desse quadro desalentador. O que acontece é que na verdade o problema é um pouco maior. É um problema nacional. Para nossa Secretária Estadual de Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, que assumiu a secretária em julho de 2007, “... o rumo está acertado". Sabemos que não há o que comemorar. A situação é caótica.
Sinceramente eu gostaria de saber exatamente quais os critérios utilizados para avaliar, e convidar nossa secretária para uma semana de aula em qualquer uma das escolas de ensino Fundamental e Médio do Estado. a conclusão seria uma só, está tudo errado. As carências são gerais e nacionais.
Falta material, quando existe o material ele está amontoado, mofando em salas fora do alcance dos alunos.
Falta motivação da Direção, dos Coordenadores, dos Professores e principalmente dos alunos.
Falta preparo dos profissionais, Falta boa vontade de pais ausentes e de alunos, que se julgam no direito de agredir Professores e companheiros de sala de aula.
Educadores em geral estão totalmente desmotivados e acuados, por uma massa de alunos agressivos, desinteressados, e conformados com sua impossibilidade.
Falta a colaboração dos pais que muitas vezes pensam que educar seus filhos é papel único e exclusivo da escola, esquecendo-se de desempenhar seu papel de primeiro educador.
Tive oportunidade de acompanhar no ano de 2007 algumas "tentativas', de reunião da APM e o que vi é muito triste, os pais não comparecem e os que ainda se dão ao trabalho de ir estão completamente fora de sintonia com seus filhos, não existe dialogo e o que cada um quer é apenas que no final do ano o certificado de conclusão seja entregue. Educar dá trabalho. É preciso acompanhar de perto, é preciso mostrar o caminho, apontar o erro.
O Estado tem se colocado no papel de pai preguiçoso, que prefere fingir que está tudo bem a se dar ao trabalho de mudar, começar tudo de novo. O modelo que está aí não funciona, isso já está provado, o grande dragão é o ensino da matemática, mas em todas as disciplinas a deficiência é grande. As escolas estão sucateadas. O problema já vem do ensino Fundamental que promove alunos que desconhecem os conteúdos básicos. Em 5500 escolas, 250 mil professores, e 5 milhões de alunos estão sem saber o que fazer. É preciso que se tomem medidas extremas para que uma mudança ocorra. Um país que não educa suas crianças não tem como crescer e se desenvolver. Espanta-me ver que as cabeças brilhantes e privilegiadas deste país estejam silenciadas diante de quadro tão negro.( com o perdão do trocadilho).