segunda-feira, 3 de março de 2008

Cinemas de Bauru

Assistindo à entrega do Oscar domingo passado, mais uma vez me senti frustrada por morar em Bauru. Quero deixar claro que amo nossa cidade e que o que me entristece é o fato de numa cidade de 356.680 habitantes o nosso direito à cultura, à informação e até ao lazer esteja sujeito a não sei que tipo de regras que nos impedem de acompanhar uma coisa tão básica quanto o simples lançamento dos filmes mais atuais, quanto mais dos melhores filmes. Sou uma leitora assídua sobre cinema, gosto de acompanhar os lançamentos, procuro me informar sobre o que acontece e mesmo assim me senti completamente por fora vendo a premiação de filmes, atores e diretores, sem ter tido a oportunidade de ver seus trabalhos. As instalações dos nossos cinemas estão muito bem, obrigada, ainda que me entristeça o fechamento do saudoso Cine Bauru, onde na adolescência passei momentos inesquecíveis com meus ídolos de juventude.O que falta é conteúdo. Causa-me espanto essa administração dos nossos cinemas, que não se dá ao mínimo trabalho de exibir ao menos os lançamentos, as novidades. O que dizer então de quando queremos assistir a um filme mais cult, e só nos resta correr às locadoras? É triste essa falta de visão. Existe público? Sim, existe, o que falta são opções. Muitas vezes, em três ou mais salas, somos presenteados com o último filme da Xuxa. Essa falta de alternativas me tira o direito à informação e à formação de opinião. Como posso saber se Javier Bardem recebeu uma premiação merecida se sou impedida de assistir seu desempenho? Como saber se o melhor filme é o melhor se não pude assisti-lo? Cinema é lazer, é entretenimento, é formador de opinião e de cultura. O cinema reflete o momento que o mundo está vivendo, suas inquietações, suas tendências. Nós da cidade “Sem Limites”, queremos fazer parte da elite que existe nesse país e que tem acesso à informação e à cultura.

Ethel Joyce Borges

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